Meu Coração

 Meu coração está em Faluja. Está com os homens, mulheres, crianças, idosos, que resistem, bombardeados, cercados pelas tropas invasoras do seu país.

Meu coração está em Faluja. Está com os homens, mulheres, crianças, idosos, que resistem, bombardeados, cercados pelas tropas invasoras do seu país.

Meu coração está com os que defendem em Faluja suas mesquitas, suas casas, suas praças, suas plantações, suas escolas, sua cidade.

Meu coração com os que choram, gritam, se desesperam, em Faluja.

Meu coração está em Faluja, onde iraquianos defendem desesperadamente seu direito a viver na sua cidade, no seu país, em paz, decidindo pelo futuro que desejem.

Meu coração está em Faluja, contra os adultos brancos que elegeram a Bush, para tentar exterminar a identidade dos iraquianos, aniquilar sua memória e sua capacidade de auto-estima.

Meu coração está em Faluja, como já esteve no Vietnã, como já esteve na Argélia, como já esteve em Bagdá, meu coração com os bombardeados, com os humilhados, com os ofendidos, com os discriminados, em Faluja.

Meu coração, nessas noites em que as luzes denunciam bombas, em que os aviões são os portadores do terror, em que a covardia dos pilotos massacra inocentes, destrói corações e vidas, meu coração com os que têm medo à noite em Faluja.

Meu coração de manhã em Faluja, com os que se prepararam para resistir, para morrer, para sobreviver, para lutar, para poder dormir uma noite mais em suas casas, em seus quartos, em suas camas, com seus filhos, com seus netos, com seus pais, com sua mulher, com sua vida.

Meu coração com ódio dos agressores, dos assassinos, dos invasores, dos adultos brancos estadunidenses que pediram com seus votos que as águias imperiais executem todos os que julgam que ameaçam sua tranqüilidade, suas propriedades, suas bandeiras, seus ódios, suas frustrações.

Meu coração com os palestinos, em Ramalah, com os afegãos, com os invadidos, com os ameaçados, com os perseguidos, com os expropriados, com os despossuídos, com os desprotegidos, com os abandonados.

Meu coração em Faluja, nesta e em todas as noites e dias em que houver corações que batem pela esperança, pela solidariedade, pela vida.

Por Emir Sader

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