Islam: Uma nação contra o terrorismo

"Nós lhe enviamos, ó Muhammad, como uma bênção para os mundos" (21:107)

Islam convida as pessoas a adorar Deus Único, mostrar gentileza e ter um bom coração com todos os seres humanos, se preocupar com os pobres e necessitados, ser justo e dar a correta medida quando se ocupe com a prática do comércio. A lei do Islam proíbe violência, como aquela que se ocupa o terrorismo, e estando em guerra, o muçulmano é proibido matar as mulheres, crianças e velhos; é proibido, até mesmo, cortar árvores e matar animais domésticos. É esta mensagem de paz e justiça que deu impulso ao Islam através da história e chegando, na atualidade, a contar com mais de um bilhão de muçulmanos em todo o mundo. O Islam é, hoje, a religião que mais cresce em todo o mundo, e tal crescimento se dá, devido à disseminação do conhecimento, compreensão, paz e justiça que estão contidos na prática desta religião.

Nenhuma parte do mundo está mais relacionada ao Islam do que o distante Oriente, onde ele se tornou a religião de escolha para milhões de pessoas. Através de exemplos e das maneiras distintas pelas quais foram conhecidos os comerciantes muçulmanos, que viajaram por toda esta região em torno de dez séculos atrás, o Islam se fez, ali, difundir. No Oriente Próximo, Oriente Médio e Ocidente, o Islam esteve sob ataque desde seu início, e só esta posição concedeu o direito aos muçulmanos que levantar a espada, para defender sua propriedade, vida e honra. Muitos historiadores, e todos pertencentes às mais diferentes crenças, têm amplamente documentado o fato de o Islam ser a religião da paz, e em Jerusalém, cidade sagrada tanto para muçulmanos, cristãos e judeus, os cristãos deixaram por séculos sua principal igreja sob a custódia dos muçulmanos. Este acordo ocorreu pois garantia a melhor proteção dessa região, e assim os cristãos poderiam praticar seus atos de adoração na Palestina.

Uma especial ênfase é encontrada no Sagrado Alcorão e nos exemplos do Profeta Muhammad – que as bênçãos e a paz de Deus estejam sobre ele - em proibir o que é errado e que danifica ao indivíduo e à sociedade e em encorajar o que é certo e bom. Assim, podemos ler isso na tradução do Significado do Sagrado Alcorão:

E que surja de vós uma nação que recomende o bem, dite a retidão e proíba o ilícito. Esta será (uma nação) bem-aventurada. (3:103)

A mesma mensagem está repetida ao longo do Sagrado Alcorão e nas tradições do Profeta (paz está nele) em várias formas , de maneira que nós possamos saber na prática o que se entende por fazer bem e abster-se do mal.

Seguindo as doutrinas de fé - o impedimento contra violência

Em outro capítulo do Sagrado Alcorão nós somos ensinados mais especificamente sobre as bases de um íntegro comportamento:

Observai a oração, pagai o zakat e sabei que todo o bem que apresentardes para vós mesmo, encontrareis em Deus, porque Ele bem vê tudo quando fazeis.(Surata 2:110)

Já no quinto capítulo nós lemos na tradução do versículo 32, depois de uma referência à história de Caim e Abel, a proibição de violência:

Por isso, prescrevemos aos israelitas que quem matar uma pessoa, sem que esta tenha cometido homicídio ou semeado a corrupção na terra, será considerado como se tivesse assassinado toda a humanidade. Apesar dos Nossos mensageiros lhes apresentarem as evidências, a maioria deles comete transgressões na terra.(Surata 5:32)

Assim, o Islam traz-nos uma mensagem clara sobre o que é certo e o que está errado, e convida aos não-crentes a adorarem Deus, pois isto, sempre, levará o indivíduo à prática diária dos atos da religião culminando em sua correta compreensão e prática.

A adoração de Deus Único, sinceridade e devoção na oração, moderação nas despesas, justiça e generosidade em no seu trato com outros seres humanos, sejam eles muçulmanos ou não-muçulmanos; estas são algumas das marcas do verdadeiro crente e da comunidade muçulmana.

O Islam, como você pode coligir através desta curta apresentação, é uma crença que alcança toda a laboração do gênero humano, e que nos dispõem à adoração de um Deus Único. Esta disposição contida no Islam através de um conjunto normativo altamente desenvolvido, que regula, por sua vez, os direitos e deveres dos indivíduos e, também, toda a estrutura, seja econômica, política ou financeira, de um estado moderno.
Há uma surata do Sagrado Alcorão que nos traz de maneira muito clara os princípios de organização social, política de estado e justiça. Nela – onde seu título pode ser muito bem traduzido como “a consulta mútua” – ao crente, é-lhe dito para proteger seus direitos e lidar justamente com seus adversários. Desta maneira, nós buscamos o favor de Deus e a graça no Dia do Juízo, e não a favores de seres humanos e bens mundanos. Podemos citar o seguinte exemplo:

Tudo quanto vos foi concedido (até agora) é o efêmero gozo da vida terrena; no entanto, o que está junto a Deus é preferível e mais perdurável, para os fiéis que se encomendam a seu Senhor.(Surata 42:36)

Que atendem ao seu Senhor, observam a oração, resolvem os seus assuntos em consulta e fazem caridade daquilo com que os agraciamos;(ibid:38)

E que, quando são afligidos por um erro opressivo, sabem defender-se. (ibid:39)

E o delito será expiado com o talião; mas, quanto àquele que indultar (possíveis ofensas dos inimigos) e se emendar, saiba que a sua recompensa pertencerá a Deus, porque Ele não estima os agressores.(ibid:40)

Ao contrário, quem perseverar e perdoar, saberá que isso é um fator determinante em todos os assuntos.(ibid:43)

A principal atinência destes versículos – e, também, do Islam como um todo – é a justiça perante Deus e entre os homens. Nisto o Sagrado Alcorão nos diz:

Ó fiéis, sede firmes em observardes a justiça...(Surata 4:135)

Também não há nenhuma justiça sem perdão, ou que, ao injusto, seja-lhe dada a oportunidade para se arrepender e aceitar o Islam, se ele for um incrédulo.

Jihad

O conceito de Guerra Santa, originalmente, não tem nenhuma relação com Islam. A expressão foi forjada pelos cruzados na Idade Média para descrever a sua própria campanha contra os muçulmanos em Jerusalém, e usaram-la para descrever o termo jihad de maneira errônea.

A palavra jihad significa o esforço de alguém contra o talante de seu próprio ego, contra o seu líbito pelo que é ilegal e contra as tentações de Satã. É neste sentido em que o jihad é citado no Sagrado Alcorão:


E combatei com denodo pela causa de Deus; Ele vos elegeu(com sinceridade e disciplina). E não vos impôs dificuldade alguma na religião, porque é o credo de vosso pai, Abraão. Ele vos denominou muçulmanos, antes deste e neste (Alcorão), para que o Mensageiro seja testemunha vossa, e para que sejais testemunhas dos humanos. Observai, pois, a oração, pagai o zakat e apegai-vos a Deus, Que é vosso Protetor. E que excelente Protetor! E que excelente Socorredor! (Surata 22:78)

Nós, também, somos obrigados a realizar o jihad contra a injustiça e as heresias, mas, somente, quando a comunidade muçulmana é atacada, o jihad transforma-se propriamente em uma luta, isto é, uma guerra ou batalha. Portanto nesta situação de guerra – harb – o muçulmano é obrigado a seguir as regras para o jihad menor(o Profeta Muhammad – que as bênçãos e a paz de Deus estejam sobre ele – designou a guerra como jihad menor e o esforço contra os desejos de seu ego, jihad maior). Estas regras incluem-se, como nós já mencionamos, em não matar crianças, mulheres e idosos e a proteção do meio ambiente, árvores e animais. Antes de se fazer o ingresso em uma batalha contra o inimigo, é obrigação do muçulmano instá-lo ao Islam de maneira que possa compreendê-lo. A vida daquele que se torna muçulmano antes, durante ou depois de uma batalha é sempre poupada. Não há permissão para maltratá-lo ou matá-lo.

Assim o jihad inclui qualquer tipo de esforço, ânimo sobre uma dificuldade e resposta a um conflito. O jihad pela causa de Deus, o único esforço justificado, significa que deveria ser realizado em Seu serviço e sob Sua aprovação contra aqueles impedem os indivíduos de trilharem Seu caminho. O principal significado deste esforço é que apenas quando o muçulmano é atacado, estando sua propriedade, honra, vida e de seus familiares ameaçadas, é-lhe permitido reagir.

O Islam proíbe a violência e os muçulmanos são obrigados a condenar o terrorismo.

O terrorismo é um termo que foi incorporado a diversas línguas hodiernamente. Não há uma definição exata para tal termo, no entanto, aparece associado a propósitos de finalidade política de uma classe dominante para recriminar oponentes ou para caracterizar atos de delinqüentes ou criminosos.

Genericamente, o terrorismo refere-se à violência infligida sobre cidadãos com a intenção de alcançar um fim político. Os meios para atingir este fim são a violência e o “terror”, ou seja, inserindo-se medo entre as pessoas. Não obstante, a violência e o terror são difíceis de ser distinguidas. Pessoas que experienciaram violência em suas vidas, conhecem muito o terror e o medo que lhes afligiram, todavia não são capazes de distinguir entre ambos. Assim, o Islam proíbe o uso da violência ou “terror” como meio de combate contra o inimigo, seja ele pessoa ou estado.

Os ataques realizados contra os USA, em 11 de setembro de 2001, devem ser universalmente condenados pelos muçulmanos, pois não são passíveis de ser submetidos à palavra de Deus ou ao exemplo de seu Mensageiro – que as bênçãos e a paz de Deus estejam sobre ele.

Em outra partes do mundo, os muçulmanos são obrigados a lutar por seus direitos e seus irmãos e irmãs são obrigados a lhes fornecer o devido suporte. Torna-se claro, que os muçulmanos, também, devem ter seus direitos em proteger sua propriedade, vida e honra, assim como outros indivíduos possuem esse mesmo direito de agir em outras nações do mundo; isso, em direito internacional, chama-se soberania. Contudo, o muçulmano deve acrescer a este instrumento jurídico internacional e ditado pelos homens, o princípio superior de sua crença, ou seja, aceitar o que Deus ordenou-nos, para proteger a sua religião, e nos submeter a Sua Lei e a liderança de Seu Mensageiro.

A Retaliação Americana

Pessoas de muitas crenças, incluindo mais de 1000 muçulmanos, foram mortos nos ataques a Nova York. Todos, excluindo os criminosos que perpetraram o crime, desejam ver as pessoas responsáveis por este ato abjeto perante a justiça. No entanto, a matança de pessoas inocentes do outro lado do mundo, visando atingir os supostos responsáveis pela tragédia, que viveriam nesta região, não faz justiça à morte das vítimas ou aos seus familiares, nem mesmo, tal atitude, porá fim ao terrorismo.

Novamente a América iniciou uma guerra muito distante de seu próprio território, e novamente outras centenas de crianças, mulheres e homens inocentes foram mortos. O Afeganistão foi um país esfacelado por uma guerra civil e por uma guerra contra a invasão estrangeira que duraram décadas. Talvez esta situação ilustre melhor, que a violência somente poderá trazer mais violência. Ainda, a decisão americana e britânica de bombardear o Afeganistão não foi uma promessa de paz ou justiça. A mídia desfechou sobre nós a informação que o bombardeio ao Afeganistão foi uma retaliação aos crimes que aconteceram na América e que poderia deferir o fim ao terrorismo por atingir sua raiz mundial. Ninguém, que tenha se informado sobre esta guerra desfechada nesta região do mundo pela mídia comum, foi cientificado sobre a real causa da missão americana. Ela é traduzida pelos interesses de corporações industriais, que visam deter o controle das reservas mundiais de petróleo. A intenção oficial é que a retaliação feita sobre a raiz do terrorismo mundial possa ser ponto para dissuasão da opinião mundial, para que, assim, o interesse econômico possa atingir seus reais propósitos.

Em 1989, no Iraque, o mundo já foi testemunha dos resultados alcançados pelos americanos e seus aliados ao tentar eliminar o mal através da guerra. Milhares de pessoas foram mortas durante a Guerra do Golfo, e as sanções criadas contra o Iraque, desde então, levam a morte mais de 5000 crianças todos os meses. Saddam Hussein, que os aliados prometeram-lhe atingir, ainda hoje continua no poder.

No entanto, para os muçulmanos que tenham ou não parentes que foram vítimas no Iraque, Nova Yorque ou Afeganistão, seu conforto encontra-se em saber sobre justiça que provém de seu Senhor, cujo poder é infinitamente maior do que a mais poderosa bomba lançada sobre eles e que lhes deferirá a justiça que nenhuma aliança possuidora de uma retaliação ilegítima poderá alcançar:

Dize-lhes: Quereis que vos inteire de quem são os mais desmerecedores, por suas obras? (Surata 18:103)

São aqueles cujos esforços se desvaneceram na vida terrena, não obstante crerem haver praticado o bem.(Ibid:104)

Estes são os que renegaram os versículos de seu Senhor e o comparecimento até Ele; porém, suas obras tornaram-se sem efeito e não lhes reconheceremos mérito algum, no Dia da Ressurreição.(Ibid:105)

Sua morada será o inferno, por sua incredulidade, e por terem escarnecido os Meus versículos e os Meus mensageiros.(Ibid:106)

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