Equívocos sobre o Islam

 OS MUÇULMANOS SÃO VIOLENTOS, TERRORISTAS OU EXTREMISTAS?

Este é o maior equívoco sobre o Islam, resultado constante da forma como a mídia o apresenta. Quando um franco atirador ataca uma mesquita em nome do judaísmo, ou quando o IRA (Exército Irlandês) joga uma bomba em áreas urbanas, quando o Eta (grupo da Espanha) que luta pela autonomia Basca, explode um carro bomba, no centro de Madri, ou a FARC (grupo rebelde Colombiano) seqüestram e matam pessoas inocentes, ou quando os  Russos com todo o seu poderio armado massacram o povo Chechêno, ou quando mulheres são estupradas, crianças, jovens e idosos são cruelmente mortos somente porque são muçulmanos na Bósnia, ou quando militantes sérvios ortodoxos violentam e matam muçulmanos inocentes na Albânia, quando judeus sionistas apoiados pelos EUA fazem sofrer milhares de palestinos, ou quando o governo comunista da china executa em praça pública chineses muçulmanos somente porque disseram " Não há divindade digna de adoração exceto Deus e Muhammad é o Seu Mensageiro’’, estes atos não são utilizados para estereotipar toda uma fé. Jamais tais atos são atribuídos à religião daqueles personagens. No entanto, quantas vezes não ouvimos as palavras "Islâmico", "Fundamentalismo Islâmico", etc., ligadas à violência?

A política nos chamados "países muçulmanos" muitas vezes não tem nada a ver com os fundamentos islâmicos. Muitos ditadores e políticos usam o nome do Islam para satisfazer seus próprios interesses. Devemos separar a verdadeira religião do Islam daquilo que a mídia apresenta e, para isso, devemos sempre consultar a fonte islâmica. Islam, literalmente, significa "submissão a Deus" e a palavra Islam deriva do radical que significa "paz".

Aos olhos do mundo moderno o Islam pode parecer exótico ou mesmo extremista. Isto talvez se deva ao fato de que a religião, de um modo geral, não faz parte do dia-a-dia do Ocidente, enquanto que, para o muçulmano, o Islam é "um modo de vida" e ele não faz qualquer diferença entre o secular e o sagrado. Da mesma forma que o cristianismo, o Islam permite aos muçulmanos a luta pela autodefesa, pela defesa da religião ou para a retomada das terras de onde foram expulsos. Mas, o Islam estabelece regras rígidas de combate que incluem proibições de danos a civis e destruição de produtos agrícolas, árvores e do gado.

Em lugar nenhum o Islam recomenda ou ordena a matança de inocentes. Diz o Alcorão:

Combatei pela causa de Deus, aqueles que vos combatem; porém, não pratiqueis agressão, porque Deus não estima os agressores. (Alcorão  2:190)


Se eles se inclinam à paz, inclina-te tu também a ela, e encomenda-te a Deus, porque Ele é o Oniouvinte, o Sapientíssimo. (Alcorão  8:61)

A guerra, portanto, é o último recurso e, mesmo assim, está sujeita a condições rigorosas baixadas pela lei sagrada. O termo "jihad", literalmente significa "esforço", "luta", "empenho". Jihad é a luta interior da alma de cada pessoa contra os desejos egoístas para se alcançar a paz interna.


O ISLAM OPRIME AS MULHERES?


A imagem da muçulmana típica, cobrindo a cabeça, forçada a ficar em casa e proibida de dirigir, é a mais comum no imaginário das pessoas. Se você prestarmos atenção veremos que os Muçulmanos da Bósnia que é um país ocidental se vestem como nós ocidentais e que cristãos do Senegal também vestem túnicas como os Muçulmanos de lá. Em resumo, a obrigatoriedade diz respeito apenas à sobriedade e seriedade da roupa. Mulheres com o corpo todo coberto ''Burka'' no Afeganistão e ''Chador'' no Irã, Iraque, Egito não é recomendação do Islam, mas sim da cultura do próprio País.

Na questão da equidade de sexos, muitos desses países introduzem seus próprios pontos de vista culturais, sem levar em conta a Chari’ah (a lei islâmica).

Nessa questão, o Islam concede a homens e mulheres diferentes papéis e a equidade entre os dois está normatizada no Alcorão e no exemplo do Profeta (que a paz esteja com ele). O Islam olha para a mulher, não importa se solteira ou casada, como um indivíduo, com direitos próprios, com o direito de Ter e dispor de seus bens.

O presente de casamento dado pelo noivo à noiva, por exemplo, é dela, para seu uso pessoal, ela mantém seu nome de família ao invés do nome da família do noivo. O requisito da modéstia no vestir é imperativo tanto para homens como para mulheres. Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele); disse:

"O mais perfeito na fé entre os fiéis é aquele que é o melhor e o mais gentil com sua esposa."

A violência contra as mulheres não é permitida e nem elas podem ser forçadas a fazer o que quer que seja contra a sua vontade. O casamento muçulmano é um acordo legal e simples, no qual cada parte é livre para incluir suas próprias condições. O divórcio não é comum, embora se reconheça como a última saída naquelas situações em que o casal não se entende mais.

De acordo com o Islam, a mulher não pode ser forçada a casar contra a sua vontade: seus pais simplesmente sugerem aquele que eles achem mais adequado.


OS MUÇULMANOS ADORAM UM DEUS DIFERENTE?


Allah, nada mais é do que a palavra em árabe para Deus. Allah, para os muçulmanos, é o maior. É uma palavra árabe de significado rico, que denota o Uno e Único Deus e a Quem não se admite parceiros. É a mesma palavra que os judeus usam para Deus (em hebraico), que Jesus Cristo usou em aramaico quando orava a Deus. Deus tem um nome idêntico no judaísmo, no cristianismo e no Islam; Allah é o mesmo Deus adorado por muçulmanos, cristãos e judeus. Os muçulmanos acreditam que a soberania de Allah é para ser reconhecida na adoração e no compromisso de obediência aos Seus ensinamentos e mandamentos, trazidos por Seus mensageiros e profetas através de todos os tempos. Contudo, deve-se notar que Deus no Islam é Um e Único. Ele, o Exaltado, não se cansa, não tem filhos ou sócios, não tem qualquer atributo humano, como muitos outros credos professam.


O ISLAM FOI DIFUNDIDO PELA ESPADA E É INTOLERANTE COM OUTROS CREDOS?


Muitos livros de colégio mostram a imagem de um cavaleiro árabe, portando uma espada numa das mãos e o Alcorão na outra, conquistando e convertendo pela força. Esta não é uma imagem correta da história. O Islam sempre respeitou a liberdade de crença. O Alcorão diz:

Deus nada vos proíbe, quanto àqueles que não vos combaterem pela causa da religião e não vos expulsaram dos vossos lares, nem que lideis com eles com gentileza e equidade, porque Deus aprecia os equitativos. (Alcorão 60:8)

A liberdade de crença está regulamentada no Alcorão:

Não há imposição (coerção) quanto à religião, porque já se destacou a verdade do erro (Islam). (Alcorão 2:256)

O missionário cristão, T.W.Arnold, em seu estudo sobre a questão da difusão do Islam, tinha esta opinião:

"… não sabemos de qualquer tentativa de forçar a aceitação do Islam pela população não islâmica, ou de qualquer perseguição sistemática com a intenção de reprimir a religião cristã. Tivessem os califas escolhidos adotado esta prática, eles poderiam ter varrido o cristianismo tão facilmente como o fizeram Fernando e Isabel, reis de Espanha, com o Islam, ou Luís XIV com o protestantismo…"

É uma função da lei islâmica proteger a condição privilegiada das minorias e é por isso que os locais de adoração dos não muçulmanos floresceram por todo o mundo islâmico.

A História nos dá inúmeros exemplos da tolerância muçulmana em relação a outros credos:

Quando o califa Umar (que Deus esteja satisfeito com ele); entrou em Jerusalém, no ano de 634, o Islam garantiu liberdade de adoração a todas as comunidades religiosas da cidade. Proclamando aos habitantes que suas vidas e propriedades estavam seguras, e que os locais de adoração jamais seriam tocados pelos muçulmanos, Umar pediu ao patriarca cristão Sofrônio que o acompanhasse na visita a todos os lugares santos. A lei islâmica também permite às minorias não islâmicas constituírem seus tribunais, a fim de que suas próprias leis sejam implementadas. A vida e a propriedade de todos os cidadãos, sejam muçulmanos ou não, num estado islâmico são consideradas sagradas.

O racismo também não faz parte do Islam. O Alcorão fala somente da igualdade humana e de como todas as pessoas são iguais aos olhos de Deus:


Ó humanos, em verdade, Nós vos criamos de macho e fêmea e vos dividimos em povos e tribos, para reconhecerdes uns aos outros. Sabei que o mais honrado, dentre vós, ante Deus, é o mais temente. Sabei que Deus é Sapientíssimo e está bem inteirado. (Alcorão 49:13)


TODOS OS MUÇULMANOS SÃO ÁRABES ?


A população muçulmana mundial hoje é de bilhões, 1 em cada 5 pessoas no mundo é muçulmana. Há portanto, uma variedade enorme de raças, nacionalidades e cultura em todo o globo, desde as Filipinas até a Nigéria, todos unidos em torno da fé islâmica.

Somente 18% vivem no mundo árabe e a maior comunidade muçulmana se encontra na Indonésia. Muitos muçulmanos vivem ao leste do Paquistão. 30% vivem no subcontinente indiano, 20% no Saara africano, 17% no sudeste asiático, 18% no mundo árabe e 10% na Rússia e China. Turquia, Irã e Afeganistão perfazem 10% dos não árabes no Oriente Médio.

Embora haja minorias muçulmanas em quase todo o planeta, inclusive América Latina e Austrália, eles são mais numerosos na Rússia e nos seus novos estados independentes, na Índia e na África Central. Existem cerca de 6 milhões de muçulmanos nos Estados Unidos.


OS MUÇULMANOS SÃO BÁRBAROS, ATRASADOS ?


Uma das razões que justificam a rápida difusão do Islam foi a simplicidade de sua doutrina. O Islam chama para a crença em um único Deus digno de adoração. Também exaustivamente instrui o homem a usar seus poderes de inteligência e observação.  

Em muito pouco tempo, grandes civilizações e universidades floresceram, porque, de acordo com Muhammad (que a paz esteja com ele):

 "A busca do conhecimento é uma obrigação para todos os muçulmanos, homens ou mulheres."

A síntese das idéias ocidentais e orientais, do novo pensamento com o antigo, trouxe grandes avanços na medicina, matemática, física, astronomia, geografia, arquitetura, artes, literatura,, história. Muitos sistemas como a álgebra, os números arábicos, e também o conceito do zero (vital para o avanço da matemática) foram transmitidos para a Europa medieval pelo Islam.

Instrumentos sofisticados que tornaram possível a expansão marítima foram desenvolvidos pelo Islam, tais como o astrolábio, o quadrante e os mapas de navegação.


MUHAMMAD FOI O FUNDADOR DO ISLAM OS MUÇULMANOS O ADORAM ?


Muhammad (que a Paz e Bênção de Deus esteja sobre ele); nasceu em Makkah, no ano de 570, órfão de pai e mãe muito cedo, foi criado por seu tio, que pertencia a respeitada tribo Coraix. A medida que ia crescendo, ele se tornava conhecido por sua honestidade, generosidade e sinceridade. Por causa de sua habilidade, ele era procurado para arbitrar as disputas. Muhammad (que a Paz e Bênção de Deus esteja sobre ele); tinha uma natureza profundamente religiosa e tinha horror à decadência de sua sociedade.  

Adquiriu o hábito de meditar de tempos em tempos na Caverna de Hira, próximo à Makkah. Com a idade de 40 anos, quando se encontrava em recolhimento meditativo, ele recebeu sua primeira revelação de Deus, por intermédio do Anjo Gabriel.  

Esta revelação, que continuou por 23 anos, é conhecida como Alcorão. Assim que ele começou a recitar as palavras ouvidas de Gabriel e a pregar a verdade que Deus lhe havia revelado, ele e seu pequeno grupo de seguidores sofreram tamanha perseguição, que no ano de 622 Deus lhe ordenou sair da cidade.  

Este acontecimento, a Hijra, ou "migração", no qual ele deixa a cidade de Makkah e se muda para Madina, marca o início do calendário muçulmano. Após muitos anos, o Profeta e seus seguidores retornaram a Makkah, onde eles perdoaram seus inimigos e estabeleceram o Islam definitivamente. Antes de o Profeta morrer, com a idade de 63 anos, a maior parte da Arábia era muçulmana e após um século de sua morte, o Islam ia desde a Espanha, no ocidente, até a China, no oriente. Ele morreu pobre.  

Ainda que Muhammad(que a Paz e Bênção de Deus esteja sobre ele); tenha sido o escolhido para transmitir a mensagem, ele não é considerado o"fundador" do Islam, porque os muçulmanos acham que o Islam tem a mesma orientação divina enviada a todos os povos anteriormente.

Os muçulmanos acreditam que todos os profetas desde Adão, Noé, Moisés, Jesus (que a Paz esteja com eles); foram enviados com a orientação divina para as suas respectivas nações.

Cada profeta foi enviado para o seu próprio povo, mas Muhammad (que a Paz e Bênção de Deus esteja sobre ele);  foi enviado para toda a humanidade. Muhammad (que a Paz e Bênção de Deus esteja sobre ele); é o último mensageiro enviado para transmitir a mensagem do Islam. Os muçulmanos o reverenciam e o honram por tudo o que ele fez e por sua dedicação, mas não o adoram.

Ó Profeta, em verdade, enviamos-te como testemunha, alvissareiro e admoestador! E, como convocador (dos humanos) a Deus, com Sua anuência, e como uma lâmpada luminosa. (Alcorão 33:45-6)


OS MUÇULMANOS NÃO ACREDITAM EM JESUS OU EM QUALQUER OUTRO PROFETA ?


Os muçulmanos respeitam e reverenciam Jesus (que a Paz esteja sobre ele); e aguardam sua segunda chegada. Acham que ele foi um dos maiores mensageiros de Deus para a humanidade. Um muçulmano nunca se refere a ele como Jesus somente, mas acrescentam a frase "que a paz esteja sobre ele".

O Alcorão, no capítulo intitulado Maria, confirma a peculiaridade de seu nascimento e considera Maria como a mais pura de todas as mulheres da criação. O Alcorão descreve a Anunciação como se segue:

Recorda-te de quando os anjos disseram: Ó Maria, é certo que Deus te elegeu e te purificou, e te preferiu a todas as mulheres da humanidade! ó Maria, consagra-te ao Senhor! Prostra-te e genuflecte, com os genuflexos! Estes são alguns relatos do incognoscível, que te revelamos (ó Mensageiro). Tu não estavas presente com eles (os judeus) quando, com setas, tiravam a sorte para decidir quem se encarregaria de Maria; tampouco estavas presente quando rivalizavam entre si. E quando os anjos disseram: ó Maria, por certo que Deus te anuncia o Seu Verbo, cujo nome será o Messias, Jesus, filho de Maria, nobre neste mundo e no outro, e que se contará entre os diletos de Deus. Falará aos homens, ainda no berço, bem como na maturidade, e se contará entre os virtuosos. Perguntou: ó Senhor meu, como poderei ter um filho, se mortal algum jamais me tocou? Disse-lhe o anjo: Assim será. Deus cria o que deseja, posto que quando decreta algo, diz: Seja! E é. (Alcorão 3:42-47)

Jesus (que a Paz esteja sobre ele) nasceu miraculosamente, pela mesma força que criou Adão (que a paz esteja com ele) , sem que ele tivesse um pai humano:

O exemplo de Jesus, ante Deus, é idêntico ao de Adão, que Ele criou do pó; então lhe disse: Seja! E foi. (Alcorão 3:59)

 Durante sua missão profética, Jesus realizou milagres. O Alcorão nos fala que ele disse:

Apresento-vos um sinal do vosso Senhor: plasmarei de barro a figura de um pássaro, à qual darei vida e a figura será um pássaro, com o beneplácito de Deus, curarei o cego de nascença e o leproso; ressuscitarei os mortos com a anuência de Deus. (Alcorão 3:49)

Nem Muhammad nem Jesus (que a Paz e Bênção de Deus esteja sobre eles); vieram para modificar a doutrina básica que Deus, o Único, fez chegar aos primeiros profetas, mas sim confirmá-la e renová-la. O Alcorão relata que Jesus disse:

(Eu vim) para confirmar-vos a Tora, que vos chegou antes de mim, e para liberar-vos algo que vos está vedado. Eu vim com um sinal do vosso Senhor. Temei a Deus, pois, e obedecei-me. (Alcorão 3:50)

O Profeta Muhammad (que a Paz e Bênção de Deus esteja sobre ele);  disse:

"Aquele que acredita que não há outro divindade senão Deus, que não Lhe atribui parceiros, que Jesus é o servo e mensageiro de Deus, que Maria recebeu o sopro Divino e o espírito que emanou Dele, e que o Paraíso e o Inferno são verdadeiros, será recebido no céu por Deus". (Hadith relatado por Bukhari).

Fonte: sbmrj.org.br

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